IX Encontro da Linha de Pesquisa Linguagem e Educação

Prezados debatedores,

Após escolher o resumo, envie um e-mail para elple2013@gmail.com, com o título Debatedor, incluindo, na mensagem, seu nome completo e título do trabalho o qual deseja debater. A comissão organizadora do evento lhe enviará o texto completo do trabalho a fim de que possa realizar a leitura e elaborar 1 (uma) questão a ser direcionada ao autor do trabalho após a sua exposição no evento pelo autor.

OBS: Após as escolhas dos resumos, incluiremos no blog os nomes dos autores.

1. Algumas considerações resultantes de um estudo de Mestrado:

o durante e o depois da pesquisa (ESCOLHIDO)

Resumo: Em sua exposição no evento, a autora pretende relatar alguns dos resultados obtidos com o desenvolvimento de sua pesquisa de Mestrado, intitulada “Os modos de didatização de textos literários em manuais de língua portuguesa para o ensino fundamental no período de 1976 a 1996”. Além de indicar alguns dados que se sobressaíram diante da análise da seleção e apresentação dos textos literários nos manuais didáticos, bem como das representações que se tinham (ou se criaram) acerca da literatura e dos alunos destinatários desses manuais; a autora busca apresentar algumas considerações referentes ao processo do “fazer pesquisa”, elencando, enquanto aspectos que definiram sua trajetória de mestranda, a angustiante tarefa de conhecer e se ‘auto-conhecer’ mediante as atividades de (re)leituras e (re)escritas; e a progressiva conquista da autonomia (ou autoria) diante do próprio objeto e objetivos de análise, motivadores, por vezes, da reestruturação dos fundamentos teóricos e, inclusive, da ‘denominação’ da pesquisa.

Palavras-chave: manuais didáticos, textos literários, ensino fundamental, representação, trajetória de pesquisa

2. Inglês para Fins Específicos e Gêneros Textuais para o Curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio. (ESCOLHIDO)

Resumo: A busca de conhecimento sobre abordagens para o ensino de Língua Inglesa motivou este estudo. O objetivo é evidenciar algumas aproximações entre a abordagem pedagógica para gêneros textuais e a abordagem de Inglês para Fins Específicos. Os fundamentos que embasam este trabalho são o interacionismo sociodiscursivo, Schneuwly; Dolz (2004). As considerações sobre o Inglês para Fins Específicos terão como base Hutchinson e Waters (1987). Os resultados da comparação apontam a possibilidade de desenvolvimento de material didático que leve em consideração tendências das duas abordagens.

Palavras chave: Inglês Instrumental; Gêneros Textuais.

3. Exame vestibular: efeitos de coerência e concepções de linguagem no “manual do candidato” (ESCOLHIDO)

Resumo: Desde o início do século XX, o vestibular constitui-se por um a função que com o passar do tempo naturalizou-se e imbricou-se na sociedade e no ambiente escolar: é eleito como um mecanismo que seleciona os mais aptos a ingressarem nas universidades. Tal papel é legitimado por um conjunto de leis que não permite o ingresso no ensino superior, pelo menos nas universidades estaduais paulistas, por outros meios. Esse exame se confunde com uma instituição que geralmente é encarregada de divulgar e aplicar as provas e com uma universidade a qual o evento representa. Para a seleção de candidatos, um dos dispositivos do vestibular é apresentar um material intitulado “manual do candidato”, no qual há o estabelecimento das regras que compõem o exame e que visam oficializar um conjunto de práticas que regulam os saberes e os comportamentos exigidos para aqueles que querem ingressar no ensino superior. Inseridos nos manuais, estão os programas das disciplinas, os quais informam aos candidatos os conteúdos exigidos em relação a cada área de conhecimento. Outra característica desse material é sua ampla circulação entre os alunos, professores e toda uma sociedade que volta os olhos para esse exame. Diante desse contexto, selecionamos como corpus trinta e quatro programas de português e de redação disponibilizados anualmente pela Fundação Universitária para o Vestibular, a FUVEST, no período de 1976 a 2012 para responder à seguinte questão: Como se constituem as relações discursivas em que se encontra o programa de concurso de vestibular no que se refere à Língua Portuguesa? Meu objetivo é saber de que modo concepções distintas e mesmo conflitantes sobre a linguagem e sobre a escrita compõem as provas de redação da FUVEST e de que modo se obtém um efeito de coerência nos documentos que sustentam a proposição dessa prova. A partir de uma análise preliminar do corpus, constatei que as concepções do campo da linguagem mobilizadas nos programas de português e de redação filiam-se a teorias que se rejeitam: de um lado, uma perspectiva que considera a língua segundo uma concepção gramatical e normativa; por outro, uma concepção que privilegia uma concepção de interação verbal e, por isso, pressupõe os diferentes sentidos das palavras conforme os contextos de uso da linguagem. Minha hipótese é que a concepção de escrita nas provas de português e de redação do vestibular se constitui a partir da produção de um efeito de coerência que possibilita a aproximação de concepções de linguagem e de escrita teoricamente conflitantes. Como essas concepções não se conciliam- uma prova disso são as listas hierarquizadas de termos gramaticais e linguísticos apresentadas nos trinta e quatro programas, independentemente da concepção de linguagem por eles descrita - prevalece um viés teórico nos enunciados. Esse o pressuposto teórico irá determinar o que é “língua”, “texto” e “escrita”, nos programas de português e de redação. Para sustentar nossas pesquisasd, buscamos analisar e descrever o corpus por meio das regularidades enunciativas e por isso nos respaldamos nos estudos de Foucault. Além disso, temos a perspectiva da Análise do Discurso de procedência Francesa, mais especificamente nos postulados de Maingueneau sobre interdiscurso, por meio dessa instância, compreenderemos os enunciados dos programas com um espaço discursivo em que há a interimcompreensão dos discursos postos em concorrência.

4. No campo da identidade: Língua Portuguesa e Língua Materna em documentos Oficiais (ESCOLHIDO)

Resumo: Neste trabalho propõe-se a análise de documentos oficiais brasileiros que dizem respeito à normatização do ensino de Língua Portuguesa. A opção por estes materiais justifica-se pelo fato de que, cada vez mais, eles são abordados em cursos de formação inicial e, praticamente, são o centro das atenções em cursos de formação continuada. No decorrer da análise, procura-se problematizar a relação Língua Portuguesa/ Língua Materna no âmbito de três instâncias interdiscursivas (oficial, acadêmica e pedagógica), a fim de verificar de que modo se constitui o objeto de ensino da disciplina escolar comumente denominada “Português”. Para tanto, será feita uma breve descrição do contexto histórico-linguístico do período colonial, com especial atenção para as reformas pombalinas da segunda metade do século XVIII, dado que a partir delas começa a se delinear uma política de ensino propriamente dita do ponto de vista da estruturação de um currículo. Em seguida, discutiremos a reforma curricular realizada a partir da interpretação da LDB 5692/71 e das resoluções e pareceres que deram suporte a esta lei. No que diz respeito à década de 1980, analisaremos as Diretrizes para o ensino/aprendizagem de Língua Portuguesa e, finalmente, discutiremos os pressupostos presentes nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa. Ao longo deste percurso histórico realizado através da análise de documentos, objetiva-se sustentar a hipótese de que o ensino de Língua Portuguesa e o de Língua Materna não coincidem no âmbito do ensino, visto que tais concepções de língua advêm de diferentes formações discursivas e estabelecem entre si uma relação de interincompreensão. A mobilização dos conceitos de formação discursiva (Foucault, 1969), de interdiscurso e de interincompreensão (Mainguenau, 1984) será feita através do estabelecimento de um diálogo entre os autores para que seja possível localizar as divergências e convergências teóricas existentes entre eles. Desse modo, espera-se que o instrumental teórico oferecido pela Análise do Discurso se relacione organicamente com o material analisado.

5. Pequenos publicitários: a persuasão na escrita de crianças (ESCOLHIDO)

Resumo: O presente trabalho toma como objeto de estudo a argumentação na escrita infantil, mais precisamente, os manejos que a criança faz para que suas palavras influenciem seu possível leitor. . Insere-se no projeto coletivo Movimentos do Escrito do Grupo de Estudos Produção Escrita e Psicanálise – GEPPEP, no qual os pesquisadores analisam versões de textos escolares e científicos produzidos por um mesmo sujeito/ autor. Tem por objetivo mensurar, por meio de análise longitudinal, a medida na qual é possível encontrar, nos escritos de crianças cursando as séries iniciais, indícios de que houve, por parte de quem escreveu, uma preocupação em produzir enunciados que poderiam levar suas posições a ressoar junto a seus leitores. Para tanto, estamos analisando um corpus composto por cento e três manuscritos produzidos pela por nove informantes entre os anos de 2008 e 2011, sendo que à data da coleta inicial cursavam a antiga primeira série e, atualmente, cursam a quarta série, atual quinto ano. Os textos foram produzidos em contexto escolar, como parte das atividades de rotina de sua turma. As tarefas solicitadas pela professora implicam a necessidade conseguir a adesão do interlocutor por meio da escrita. Analisaremos, portanto, os modos através dos quais a criança toca o outro através de suas palavras. Com relação ao ressoar, levamos em consideração, primeiramente, as elaborações de Lacan (1975-1976/2007) a respeito da necessidade de, para que se possa tocar alguém por meio das palavras, é preciso haver, no significante escolhido por quem fala, uma qualidade específica. Em suas palavras, “é preciso que haja alguma coisa no significante que ressoe” (p. 18). Esta necessidade ganha mais força nas novas gerações que, nascidas após as transformações geradas pela globalização, valem-se do uso sentimental da palavra.

Palavras-chave: persuasão; ressonância; escrita escolar; linguagem da propaganda.

6. ¿Comprendí o he comprendido?: Procedimentos de ensino dos tempos verbais pretérito indefinido e pretérito perfecto compuesto nas aulas de Espanhol Língua Estrangeira (ELE) (ESCOLHIDO)

Resumo: Em nossa dissertação tratamos de questões relativas às dificuldades de ensino dos tempos verbais pretérito indefinido e pretérito perfecto compuesto do modo indicativo nas aulas de Espanhol Língua Estrangeira – ELE – para falantes do português brasileiro. Partimos do pressuposto de que a Linguística Contrastiva pode contribuir de maneira eficaz visto que possibilita ao estudante contrastar as convergências bem como as divergências inerentes ao uso de sua língua materna em relação à língua espanhola, especialmente devido à relativa semelhança existente entre os idiomas em destaque. Nossos objetivos consistiram em: a) observar e buscar preencher as lacunas relacionadas ao ensino dos tempos verbais pretérito indefinido e pretérito perfecto compuesto; b) descrever quais são suas semelhanças e diferenças em relação ao uso em língua portuguesa; c) analisar de que maneira a Linguística Contrastiva pode contribuir quando do tratamento dos tempos verbais destacados nas aulas de ELE, além de analisar sua abordagem em alguns materiais didáticos; d) detectar quais procedimentos de ensino são mais cabíveis para o ensino desse tema. O arcabouço teórico utilizado fundamentou-se, principalmente, nos conceitos propostos e/ou defendidos por Bello (1943), RAE (2010), Alarcos Llorach (1995), Matte Bon (2010), Cunha e Cintra (2007), Bechara (2009), Luft (1996), Almeida (1973), Durão (2004) e Santos Gargallo (1993), bem como nas reflexões contidas nas OCEM (BRASIL, 2006). Os resultados obtidos por meio da pesquisa revelaram que os professores de ELE ensinam os tempos verbais em destaque apoiados na definição básica apresentada nas gramáticas, isto é, a forma simples deve ser empregada para fazer referência a situações passadas ocorridas em um espaço de tempo encerrado e a forma composta deve ser utilizada para expressar acontecimentos pretéritos realizados em um espaço-temporal ainda não concluído e, portanto, não esclarecem a seus alunos as diferentes possibilidades de uso dos dois tempos verbais. Também verificamos por meio de questionário aplicado que, em geral, os docentes-colaboradores fazem uso de procedimentos de ensino que remetem à metodologia Tradicional e Áudio-oral de ensino.

Palavras-chave: gramática, verbos, espanhol, Linguística Contrastiva, pretérito indefinido, pretérito perfecto compuesto

7. A leitura no ensino fundamental: sobre hábitos e motivações (ESCOLHIDO)

Resumo: A tese "Os nativos digitais são leitores?" tem por objetivo investigar o recente aumento na produção de materiais escritos (romances e graphic novels) que, ou reproduzem ou dão continuidade às narrativas de jogos de videogames. Para compreender o fenômeno, a análise incidirá sobre duas perspectivas: a primeira busca compreender a relevância cultural desses materiais; a segunda procura relacioná-los ao seu leitor-alvo, levantando seu perfil e objetivos de leitura.

Portanto, a etapa inicial consistirá no levantamento das publicações existentes no mercado, de seus respectivos públicos-alvo, estatísticas de vendas e perfis das editoras. Em seguida, os materiais serão lidos e analisados, considerando os escritos de Benjamin, acerca da obra de arte na era da reprodutibilidade, e de Eagleton sobre a cultura. Todavia, para não cairmos na tentação de analisar tais produções em comparação com grandes obras, condenando-as como produções mercadológicas que visam o empobrecimento cultural das massas, buscaremos compreendê-las no âmbito dos estudiosos da narrativa, pois acreditamos ser esse o espaço que tais produções buscam ocupar na sociedade contemporânea. Sendo assim, salientamos nosso interesse pela compreensão do fenômeno como um todo e não uma análise da complexidade de uma só obra, como nos diz Johnson (2012).

Para complementar, traremos as observações de Mattar, Johnson e Yanaze, que contribuem para a montagem do perfil leitor dos nativos digitais. E, visando compreender o fenômeno em sua totalidade, tomaremos por base a questão da transmídia, tal como compreendida por Jenkins.

A pesquisa prevê ainda, uma etapa de observação de campo, que será feita por meio de entrevistas, sobretudo para investigar o alcance desses materiais entre os adolescentes e os jovens, além de seu potencial uso com fins educativos em sala de aula.

Com isso, esperamos compreender com maior profundidade a questão da leitura na era digital, de forma que os resultados da pesquisa possam trazer contribuições para o trabalho do professor que, diariamente, lida com alunos cada vez mais influenciados pela mídia e, que se veem afastados do ambiente escolar por considerá-lo obsoleto em comparação a ela.

8. O ensino-aprendizagem de português escrito para surdos em pesquisas acadêmicas: um balanço bibliográfico (ESCOLHIDO)

Resumo: A educação de surdos no Brasil é, acima de tudo, palco de grandes tensões e por essa razão as pesquisas sobre as pessoas surdas no meio acadêmico são consideráveis, ultrapassando mais de seiscentas desde 1987. Este trabalho analisa as produções acadêmicas sobre surdos com o objetivo de verificar as suas tendências em termos de autorias institucionais, áreas de conhecimento, distribuição da produção no tempo, procedimentos de pesquisa e referenciais teóricos, resultando em um balanço tendencial. O referencial teórico apoia-se em Williams (1980) e Bakhtin (1989). A hipótese estabelecida considera que o ensino-aprendizagem do português escrito para surdos é tratado nas pesquisas acadêmicas de forma isolada, sem considerar os diversos contextos.

Palavras-chave: surdos, língua portuguesa, língua de sinais, balanço bibliográfico, pesquisa educacional.

9. Escrita Acadêmica: entre objeto, teoria e análise (ESCOLHIDO)

Resumo: Com investigação a respeito da produção científica em Análise do Discurso de pertencimento a Michel Pêcheux, busco indiciar modos de inserção de conceitos teóricos nas seções “Revisão de Literatura” e mobilização em “Resultados e Discussões”. Verifico a correlação entre teoria, objeto e análise para analisar as filiações discursivas regidas ou não por parcerias ou antagonismos de campos semânticos a fim de mobilizar o conceito teórico. De fato, analiso o tratamento entre conceito e sua mobilização em procedimentos teórico e analítico de artigo acadêmico da USP publicado em revista periódica de circulação no campo de estudos linguísticos. Neste estudo, começo minha pesquisa de doutoramento com interesse em historiografia do discurso (o que chamo de discursografia), isto é, modos históricos de tratamento de alguns conceitos dos estudos do discurso, como, por exemplo, o conceito de “sentido” e “ideologia”.

Palavras-chave: Escrita acadêmica. Procedimento Teórico. Procedimento Analítico.

10. Estratégias para o ensino de frâncês Língua Estrangeira (FLE) em turmas multisseriadas nos CEL - Centros de Estudos de Língua - da Rede Pública de São Paulo (ESCOLHIDO)

Resumo: Com o objetivo de refletir sobre a adequação das práticas de ensino de Francês Língua Estrangeira (FLE) nas turmas multisseriadas dos Centros de Estudos de Línguas (CEL) do Estado de São Paulo, propomos verificar as estratégias mais frequentemente adotadas por professores dessas instituições para o ensino do idioma nesse contexto. Dessa forma, buscamos verificar os dados coletados por meio de entrevistas semiestruturadas com os docentes do CEL e por meio da observação de aulas de FLE em turmas multisseriadas, estabelecendo uma aproximação entre as abordagens e as estratégias de ensino que realmente são postas em prática pelo professor, averiguando sua eficácia para o processo de ensino e de aprendizagem.

Palavras-chave: Francês Língua Estrangeira (FLE), estratégias de ensino, turmas multisseriadas.

11. A constituição da perspectiva construtivista de aquisição da escrita em documentos oficiais de referência curricular produzidos nas décadas de 1980 e 1990 (ESCOLHIDO)

Resumo: A pesquisa psicogenética sobre a aquisição da língua escrita, desenvolvida, nos anos 1980, por Emília Ferreiro, foi de grande impacto na educação brasileira, pois, ao propor que a alfabetização não deveria ser entendida como aquisição de uma técnica, mas sim de uma aprendizagem conceptual, apontou para a necessidade de uma revisão no que se entendia por alfabetização até então. Entretanto, nesse período, havia muito mais perguntas do que respostas sobre como desenvolver, na sala de aula, um trabalho guiado pela teoria psicogenética da escrita (Hernandez, 1995 apud Mortatti, 2000).

As discussões sobre o conceito de alfabetização, baseadas na interpretação psicogenética da aquisição da língua escrita, deixaram o âmbito acadêmico e atingiram o espaço escolar quando foram elaborados, nas décadas de 1980 e 1990, documentos de referência curricular em que, de diferentes modos, a psicogênese da escrita fundamenta considerações em torno do ensino e da aprendizagem de língua portuguesa em suas fases iniciais. Esses documentos se constituíram, então, em referência para a divulgação da psicogênese no âmbito da formação docente, tanto nos cursos de formação regular, quanto nos de formação em serviço (Mortatti, 2000).

Entretanto, é preciso considerar que, ao transitar entre os discursos acadêmico, oficial e pedagógico, a concepção psicogenética da aquisição da língua escrita passa por desdobramentos discursivos, sendo interpretada em cada um dos referidos discursos segundo as suas – desses discursos – próprias regras semânticas (Maingueneau, 2008), o que permite hipotetizar a não existência de uma compreensão homogênea do que seja a psicogênese da escrita e coloca a necessidade de conhecer as diferentes formas de apropriação dessa concepção em propostas de ensino.

O fato de a compreensão sobre o que seja uma concepção psicogenética da aquisição da escrita não ser uniforme nesses diferentes discursos nos leva a necessidade de observar o que acontece com tal concepção quando ela se torna fundamentação teórica para propostas pedagógicas para alfabetização de crianças. Leva-nos também a necessidade de investigar como se constitui o discurso sobre alfabetização em documentos de referência curricular. Neste trabalho, realizaremos a investigação proposta por meio da análise da Proposta Curricular para o ensino de Língua Portuguesa – 1º grau (São Paulo, 1987).

Palavras-chave: alfabetização, construtivismo, Análise do Discurso.

12. Articulando vozes: um estudo dos usos do discurso citado em narrativas de

adolescentes recém-alfabetizados (ESCOLHIDO)

Resumo: Este trabalho pretende analisar a forma como se constitui a escrita de alunos de uma turma de 1º ano do ciclo II do ensino fundamental, no momento em que escrevem para atender a demandas institucionais dadas no contexto do “Programa Ler e Escrever”, da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. Os 16 textos narrativos que compõem seu corpus foram escritos durante o ano letivo de 2010 por esse grupo de estudantes, que se caracterizava como recém-alfabetizado, com idades entre a pré-adolescência e a adolescência e com histórico de fracasso escolar. O fato de eles terem sido produzidos enquanto atuávamos como professor regente dessa turma permite-nos definir nosso trabalho como uma pesquisa-ação (THIOLLENT, 2008) e, ainda desse ponto de vista, levando em conta o modo com o qual abordamos os dados, o classificamos entre aqueles descritos como qualitativos. De maneira mais específica, os objetivos do trabalho se voltam para uma tentativa de observar as estratégias de que esses alunos se utilizam quando precisam utilizar o discurso citado e, a partir disso, buscar compreender quais mudanças podem ser evidenciadas, nos textos, em termos das relações entre o narrador e os personagens. A questão do discurso citado será abordada, especialmente, levando em conta os estudos desenvolvidos por Bakhtin (1929/2002) e por Fiorin (1999). Além disso, a fim de empreender uma discussão que nos ajude na compreensão da aprendizagem escrita a partir da realidade pedagógica que analisamos, buscaremos referências nos estudos sobre os conceitos de alfabetização e de letramento (SOARES 1998, 1994; MORTATTI, 2004; COLELLO e SILVA LEITE, 2010; KLEIMAN, 1995) e, também, nos autores que têm se debruçado sobre a questão da escrita na escola a partir de uma perspectiva dialógica da linguagem e da compreensão dos espaços de ensino de língua portuguesa como espaços de interação (GERALDI 1985, 1986, 2003; VAL e ROCHA, 2005).

Palavras-chave: produção de texto; alfabetização; letramento; discurso citado.

13. Práticas de alfabetização e as formas de organização do trabalho docente (ESCOLHIDO)

Resumo: A presente pesquisa se propõe descrever e analisar o trabalho de uma professora alfabetizadora no primeiro ano do ciclo inicial do ensino fundamental de uma escola da rede de ensino de São Bernardo do Campo, município da região metropolitana de São Paulo, buscando compreender os desafios em alfabetizar no contexto das recentes determinações da política pública oficial do ensino fundamental de nove anos que, ao instaurar novos modos de organização do trabalho escolar, afeta diretamente a atuação diária do professor. Considerando-se que espaços e tempos em sala de aula são organizados, em grande medida, em função das decisões do professor, numa determinada instituição educativa, a questão focalizada é: de que lança mão o professor

alfabetizador para responder às exigências institucionais que regulam de fora seu trabalho e, ao mesmo tempo, às urgências que nascem da interação que estabelece com

os alunos no trabalho de ensino? Quais desafios são enfrentados no trabalho de alfabetização na escola pública brasileira da atualidade? Do ponto de vista teórico a pesquisa concebe o trabalho docente como uma ação dinâmica que se utiliza de diferentes dispositivos didáticos para alcançar seus objetivos, com base no pressuposto

de que a ação do professor se materializa em meios produzindo transformações intencionais nos modos de pensar, agir e falar dos alunos (SCHNEUWLY, 2009, p. 30).

Do ponto de vista metodológico, o corpus desta pesquisa se constituiu de dados gerados

por meio de observação participante. Trata-se de um conjunto de transcrições de gravações em áudio e vídeo, realizadas em sala de aula, de situações diversas do trabalho da professora com seus alunos. Como fonte complementar, foram gerados

registros em caderno de campo que se propõem a reconstituir situações não gravadas.

Os documentos oficiais que orientam o trabalho pedagógico na rede municipal de ensino de São Bernardo do Campo subsidiaram suplementarmente a descrição do corpus deste estudo. A reflexão sobre um caso particular de trabalho de alfabetização de crianças pode fornecer elementos para se refletir sobre a elaboração de currículos, programas e livros didáticos que foram e estão sendo pensados para o primeiro segmento do Ensino Fundamental.

Palavras-chave: Alfabetização; Ensino Fundamental de Nove Anos; Trabalho docente.

14. Os caminhos da dissertação: Indícios de mudança de concepção de ensino-aprendizagem na prática de Professores de Inglês do Ciclo I

Resumo: O presente texto ter por objetivo principal apresentar aos Pesquisadores da Área de Linguagem e Educação no seu IX Encontro, os caminhos da pesquisa da futura dissertação de mestrado intitulada provisoriamente de “Indícios de mudança de concepção de ensino-aprendizagem na prática de Professores de Inglês do Ciclo I.”

Essa pesquisa tem por foco o desenvolvimento profissional de Professores de Língua Inglesa para o Ciclo I da Prefeitura de São Paulo que participaram do “Programa de Formação de Professores de Língua Inglesa” oferecido pela PMSP em Parceria com a Fundação de Apoio à Faculdade de Educação no ano de 2012. O principal objetivo é buscar indícios de mudança (ou não) na prática de se ensinar inglês na sala de aula de escola regular. Pretende-se pela análise do corpus (relatórios de observação) verificar se os professores transpuseram didaticamente conteúdos e procedimentos aprendidos nas Oficinas de Vivência e Reflexão e de que maneira o acompanhamento mensal de 26 deles contribuiu para a mudança ou manutenção das velhas práticas de ensino de inglês na escola.

Palavras-chave: Modelos de Formação de Professores, Inglês no Ciclo I, Pratica em sala de aula, Mudança, Oficinas e Reflexão